domingo, outubro 31

Nova aquisição


Foi lançado aqui no Brasil, pela editora Publifolha o novo livro do Iyengar: "A sabedoria e a prática da ioga".
É um daqueles livros raros: bom, bonito e barato. Tem capa dura, é super colorido, tem fotos lindas de morrer e é super fácil de ler.
É um livro que nos aproxima muito do autor porque alguns textos são reflexões do dia a dia, outros são em forma de perguntas e respostas e as descrições dos asanas tem sempre uma observação pessoal.
Grande parte deles são de livros antigos e entrevistas não traduzidas para o português.
Segue alguns trechos:

"Meu interesse na ioga não veio por amor a ela, mas pelo intuito de que se tornasse um ganha-pão prara mim."

"Sabe os rolos de compressor que aplainam as ruas? Na roda da frente eu fazia curvaturas para trás, porque meu corpo não conseguia executá-las sozinho. Então, sempre que via uma máquina na rua, costumava fazer pontes sobre ela. Depois usei tambores. Por causa dessa prática, as pessoas me chamavam de maluco. Eu era mesmo!"
rsrsrsrs Que mico!

"Se a prática do asana for uma tortura, quem desejará fazê-la? Mas, se você praticar para conhecer e entender a si mesmo, ela será reveladora e uma alegria."
Assino embaixo!

sábado, outubro 30

Despedida

Ontem não pude deixar de ir na Yoga Dham ajudar na mudança da escola.
Na verdade, acho que fui mesmo é me despedir...
Aquele lugar era muito especial e tinha uma ambiente pra lá de acolhedor.
O espaço novo é uma gracinha, maravilhoso. Acho que todos vão gostar.
A sala tem chão de madeira quentinho (detalhe importante, rs), é bem iluminada e ventilada.
Revendo meus arquivos de fotos da escola antiga achei essas preciosidades:



quarta-feira, outubro 27

Faeq Biria

A partir de domingo entraremos na semana mais importante da comunidade Iyengar.
Teremos a presença do professor sênior Faeq Biria, que é responsável pelas certificações aqui da América do Sul.
Ele é uma pessoa maravilhosa, com um coração super iogue, muito bom senso e também com muito a ensinar.
Essa semana ele está no Chile fazendo a certificação de lá.
Aqui teremos 2 dias de curso para os professores certificados, 5 dias de certificação e 2 dias de workshop aberto ao público.
O workshop já está lotado. Coisa boa!


http://www.iyengar.com.br/index.htm

domingo, outubro 24

Memórias

Outro dia fui no Ibira e dei de cara com uma homenagem a Bienal: “Guernica esteve aqui”.
Ao lado estava uma foto do quadro em tamanho real.
Fiquei olhando, como sempre, angustiada para a obra e relembrando do meu primeiro contato com ela:
Na 5ª série, tirei minha primeira nota vermelha. E o pior, numa das minhas matérias preferidas: educação artística.
Meu professor (sem noção) havia perdido meu trabalho e para recuperar a nota ele pediu que eu fizesse uma pesquisa sobre Picasso.
Eu me lembro de ter ficado bem confusa com a história do pintor, porque eu achava que todo artista (ainda mais do calibre dele) era um ser humano livre de defeitos e também achava que toda obra de arte retratava somente a beleza do mundo.
Gente, eu tinha só 11 anos, vivendo na pura inocência.
Quando eu vi Guernica* fiquei chocada. Era horripilante.
Mas, não tinha como ser diferente. Picasso era um gênio mesmo.
Não existe beleza alguma na guerra.

                                                                     "Guernica"



*Em 1937 Guernica, pequena cidade ao norte da Espanha, foi bombardeada pelos “aviões alemães a serviço dos rebeldes espanhóis

sexta-feira, outubro 22

Finalmente: sétimo chakra

Gesto da totalidade


Sahasrara é o sétimo e último chakra, localizado no topo da cabeça.

Ele representa a iluminação. Não há atividade da mente.
Compreende todo o espectro das cores, por isso, sua cor é branca.


Curiosidades

1- “representado por um círculo como a lua cheia é rodeado por um guarda chuva de mil pétalas de lótus, arrumadas nas cores do arco íris.”
2- as “siddhis” (poderes místicos) surgem nesse chakra. Área de perigo...
3- por isso, seu pecado capital é a vaidade.
4- “retém a consciência não dual, sem ter problemas com o prazer e a dor, honrarias e humilhações.”
Bye bye pares de opostos.

Asanas clássicos

Idem Ajna.

quinta-feira, outubro 21

Sexto chakra

                                                        Gesto do conhecimento


Tudo relacionado ao Ajna, nosso sexto chakra é conhecido por nós.

Seja de uma forma (mais espiritual) ou de outra (mais popular mesmo).
Localizado entre as sobrancelhas é o famoso terceiro olho.
Sua cor: azul índigo. Sentido predominante: não tem citação, mas creio que se fóssemos seguir uma linha de pensamento seria o sexto sentido.
É considerado o chakra da sabedoria interior.


Curiosidades

1- este chakra liga o homem a espiritualidade.
2- som que o representa: OM.
3- “desbloqueando o terceiro olho, soltam-se velhos padrões de comportamento.” Hum... interessante.
4- pecado capital relacionado a ajna: preguiça. Xiii...xô preguiça!


Asanas clássicos

invertidas (adoro!)
yoga mudrasana*
todas as posturas de meditação (dhyanasanas)


* Iyengar diz que esse asana é especialmente útil para despertar a Kundalini.

segunda-feira, outubro 18

Quinto chakra

                                                                          Gesto do pleno


Vishuddha é o nome do quinto chakra.

Localizado na garganta, próximo a glândula tireóide, ele é o local do som no nosso corpo.
Nele todos os elementos dos chakras inferiores – terra, água, fogo e ar – estão refinados até a sua essência mais pura.
Sentido predominante: audição, sua cor: azul.
Hããã!!! Deve ser por isso que a Garganta azul (vide 19 de abril) é azul!


Curiosidades1- dizem que as pessoas do quinto chakra “compreendem mensagens não-verbais”. Acho que podem ser mais sensitivas.
2- dormem de 4 a 6 horas, alternando os lados.
3- “aqui todos os líquidos e alimentos são colocados em temperatura adaptada ao corpo”, ou pelo menos, deveriam ser.

Asanas clássicos

postura da vela (sarvangasana)
postura do arado (halasana)
Viparita karani (pernas pra cima)
P.S.: não faço a mínima idéia da tradução de viparita karani ao pé da letra.

sexta-feira, outubro 15

Quarto chakra

                                                                   Gesto da flor de lótus



Anahata é quarto chakra e significa: “love is the air...”

Localiza-se no plexo cardíaco, próximo a famosa glândula timo.
É relacionado ao amor, compaixão, perdão.
Seu elemento: Ar, sentido predominante: tato, cor: rosa (e verde também).

Curiosidades
1- na sua representação existem dois triângulos: um virado pra cima representando Shiva e o princípio masculino e outro virado pra baixo representando Shakti e o princípio feminino: “Atinge-se o equilíbrio quando estas duas forças estão unidas em harmonia.”
2- pessoas de Anahata dormem do lado esquerdo, entre 4 a 6 horas por noite.
3- “Não podemos crescer pelo outro.” – esse é um conselho para as pessoas desse chakra, que ajuda todo mundo e esquecem de si mesmas.


Asanas clássicos

postura do peixe (matsyasana)
postura do camelo (ustrasana)
cachorro olhando pra cima (urdhva mukha svanasana)
meia lua (ardha chandrasana)

quinta-feira, outubro 14

Certificação

 Em Iyengar Yoga existe o exame de certificação. Ele é uma prova que serve para avaliar a prática e a forma de ensinar dos professores do método. É como se fosse um selo de qualidade.

Existem vários níveis de exame e cada um deles tem uma série específica (lista) de posturas para as quais o professor deve direciona sua prática e seus estudos.
Uma pratica direcionada para a certificação dá um “up grade” que não se consegue com uma prática cotidiana, isso é fato.
Pra dizer a verdade, essa é grande vantagem em se fazer a prova (opinião pessoal).
Mas, infelizmente, toda avaliação traz consigo muita tensão, cobrança e ansiedade e no mundo da certificação não é diferente.
Mas, deveria ser! Afinal de contas, estamos falando de yoga.
Senão fica contraditório né? Prega uma coisa e faz outra.

Apesar dos pesares, sou uma defensora da certificação.
Mas, a forma como ela é conduzida precisa mudar.
Quando escrevi o texto “Adaptação” foi pensando justamente nisso.
Se as pessoas acham que existe uma única maneira de fazer as coisas, o método vai ser visto como “estreito e limitado.”

Fiquei sabendo por intermédio de uma conhecida que faz formação em Londres e prestou prova lá semana passada, que a permanência nas posturas foi de uns 10 segundinhos, ao contrário do que reza a lista.
Eu achei isso bem razoável, ainda mais que na minha última prova fiquei 10 minutos em sirshasana (apoio sobre a cabeça) e 8 minutos em sarvangasana (vela) com a pelve rodada, ou seja, toda torta.

Acredito que ainda estamos engatinhando nessa área e espero que futuramente tenhamos condições de realizar uma certificação tranqüila e produtiva. Onde as pessoas realmente sejam avaliadas pelo seu conhecimento em relação ao método, inclusive fazendo adaptações necessárias a sua própria prática e não somente buscando perfeição.
Quem sabe assim, a certificação se torne uma motivação para todos nós e “que juntos sejamos protegidos, desfrutemos dos frutos de nossas ações e obtenhamos força”.*





*trecho do Shanti Mantra (Mantra da Paz)

quarta-feira, outubro 13

Terceiro chakra

                                                          Gesto da deusa da transformação


Manipura é o nosso terceiro chakra, localizado próximo ao umbigo. É o famoso plexo solar.
É sede do sentimento do medo e quando ativado induz a calma.
Está relacionado a digestão, ao ego e ao poder.
Seu elemento: Fogo. Obviamente, porque não dá pra associar essa região (digestiva) a qualquer outro elemento.
Sentido predominante: visão, cor: amarelo.


Curiosidades:

1- estudiosos no assunto dizem que Hitler foi uma de pessoa desse chakra: “as pessoas do terceiro chakra mantém o controle sobre os outros pela ira.”
2- costumam dormir de costas, entre 6 a 8 horas por noite.
3- a falta de amarelo: pessoa que está de mal com a vida.

Asanas clássicos:

flexão na prancha (chaturanga dandasana)
postura da cobra (bhujangasana)
postura do crocodilo (makarasana)
postura do gafanhoto (shalabahsana)

terça-feira, outubro 12

Passado

"Não tente esquecer o passado; é impossível esquecê-lo sem ao mesmo tempo esquecer de si mesmo. Você talvez imagine ter esquecido um ou outro detalhe indesejável, mas ele está gravado em alguma parte do seu corpo. Entretanto, a experiência passada, por pior que tenha sido, pode ser utilizada agora para tornar seu presente a base vital de um futuro mais pleno. Quando tiver aprendido a aceitar o passado e fazer as pazes com ele, ele o deixará em paz."
                                                                                                           Feldenkrais



sábado, outubro 9

Segundo chakra

                                                                  Gesto do ventre

Swadhistana é o nome do nosso segundo chakra, localizado entre o umbigo e os órgãos genitais.
Ele está relacionado a procriação, família e fantasia.
Seu elemento é Água, o sentido predominante paladar e a cor laranja.
Dizem que a inspiração para criar começa aqui.

Curiosidades:
1- 2/3 da Terra são cobertos por água e as marés são governadas pela Lua. A representação do swadhistana é um círculo com o crescente, representando a ligação entre a água e a Lua.
2- como nós também somos feitos de 70% de água:“ as pessoas do segundo chakra atravessam muitas flutuações emocionais durante a mudança das fases da Lua.”
3- dizem que uma pessoa dominada por este chakra dorme de 8 a 10 horas na posição fetal
4- a falta do laranja pode causar problemas intestinais e cólicas (intestino ou rins).

Asanas clássicos:

postura do macaco (hanumanasana)
postura do pombo (kapotasana)
borboleta (badha konasana)
pernas afastadas (upavishtha konasana)

quinta-feira, outubro 7

Associação Bras. de Iyengar Yoga

Na época em que eu era praticante e estagiária de Asthanga foi fundada a “Aliança do Yoga”.

Como eu não tinha objetivo em dar aula (porque não me sentia nem um pouco preparada pra isso) não me liguei muito no movimento, mas era clara a preocupação (dos profissionais sérios) com o grande boom de professores pouco qualificados que estavam surgindo e provavelmente comprometendo os ensinamentos.
Eu lembro que para se associar você tinha que ter um tempo mínimo como professor e de acordo com informações sobre sua formação e seu conhecimento filosófico você era aprovado ou não.
Pensei comigo: se um dia eu começar a ensinar, farei parte dessa aliança com certeza.
Bom, comecei a dar aula e um tempo depois iniciei o curso de formação em Iyengar Yoga e parei o Ashtanga.
Nesse meio tempo, em 2006, foi fundada a Associação Brasileira de Iyengar Yoga (ABIY):

“Somos um grupo de praticantes e professores de yoga seguindo os ensinamentos do mestre Iyengar, promovendo cursos, intercâmbios e formação qualificada, obedecendo rigorosamente os preceitos e regras do RIMYI*, bem como a promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais.”




Bonito né? 
Naquela época, existiam 3 escolas oficiais de formação e cada uma atuava por conta própria.
No início, pelo menos da minha parte, vi na Associação uma ferramenta super útil pra união e fortalecimento dessas escolas, bem como para a criação de uma “mesma linguagem” de ensino.
Bom, a mesma linguagem de ensino com certeza foi criada, por conta do controverso exame de certificação.
Digo controverso porque, ao que me parece, é por causa dele, que muita gente quer distância da Associação.
Em relação ao primeiro item, esquece.
Duas dessas escolas ainda existem, mas não são mais consideradas “oficiais” e a outra fechou. Dois novos cursos de formação oficial foram criados.
Realmente nada é perfeito, mas a intenção era associar ou dissociar?

*RIMYI- Ramamani Iyengar Memorial Yoga Institute, escola do Iyengar em Pune –Índia.

quarta-feira, outubro 6

Adaptação

Uma breve introdução para um tema que irei tratar num futuro próximo:


No budismo existe um princípio chamado Zuiho Bini que significa adaptar o ensino a localidade onde se vive.
Há 50 anos atrás, quando meu mestre veio pra América para se encontrar com os descendentes de japoneses daqui e oficializar a Gakkai*, essa foi a primeira coisa que ele pensou: como adaptar o budismo considerando as diferenças de cultura, costumes, pensamentos e características próprias de cada país.
A primeira ação tomada foi traduzir os livros budistas para o inglês, tendo toda a preocupação em encontrar termos adequados para que as pessoas sem conhecimento do budismo pudessem compreendê-los.
Depois surgiram coisas mais práticas:
“A diferença nos hábitos e costumes é uma questão a ser pensada seriamente. Por exemplo, sentar ao estilo japonês na hora de realizar a oração é um sofrimento para os estrangeiros. Além disso, quase todas as residências da América têm piso de madeira. Para quem não está acostumado a ficar de joelhos, com certeza será um terrível sofrimento e desse jeito, não será possível sentir qualquer alegria... Será que o modo de se sentar não pode ser mudado?”
E foi sugerido o uso de cadeiras.
Eu não sei nos outros países, mas aqui no Brasil essa adaptação foi bem lenta.
Eu me lembro que quando pequena (há mais de 30 anos atrás) eu ia nas reuniões e ajoelhava no chão (sem nenhuma almofadinha) e não entendia bolhufas porque todo mundo só falava japonês.
Também 90% de todo mundo era japonês.
Mas, tinha uma coisa boa: na hora do lanchinho só tinha comida japonesa, que eu adorava, tirando o bolinho de feijão, eca! rsrsrs
Hoje, o quadro mudou completamente: em todas as atividades as pessoas ficam sentadinhas na cadeira, quando é usado um termo em japonês logo fazem a tradução e no lanchinho tem coxinha.
Também agora mais de 90% de todo mundo é brasileiro.
Aliás, existe 100% de uma linda miscigenação associada a diferentes níveis sociais, culturais e educacionais.

Finalizando, tomo emprestada uma consideração de Sensei que me introduzirá no próximo tema:
O meu maior receio é que os líderes caíam na inflexibilidade de aplicar o mesmo método de atuação do Japão em todo o mundo, considerando-o como o único e absoluto meio. Isso seria como impor a todas as pessoas do mundo os modos típicos do Japão. Se pensar que essa é a maneira correta de fazer a prática, o budismo será visto como um ensino estreito e limitado.”


*Sokka Gakkai (organização budista que significa Criação de Valores Humanos)

terça-feira, outubro 5

Livro - filme

Assisti ao filme “Comer, rezar e amar” e só posso dizer que... o Javier Bardem é um gato. rsrsrs

Eu achei o livro “bonzinho”, porque me incomoda essa coisa de se criar grandes expectativas e ilusões de uma solução do além para os problemas mundanos.
Acho que o sucesso desses livros de auto-ajuda deve-se ao fato de eles trazerem resoluções bem simples para as questões existenciais.
E a questão dessas resoluções no fundo, no fundo serem simples, não tem muito segredo.
Basta existir um diálogo interno onde, de coração e alma completamente livres de julgamentos e críticas, a pessoa se perdoe, perdoe o outro, tenha novas decisões, deixe o passado ser passado e não ser um fardo e por aí vai.
Agora, aí é que está o X da questão: esse diálogo tem um caminho muito doloroso e árduo.
Foi esse caminho que me fez achar o livro bonzinho, senão eu terei achado qualquer nota.
E no filme, infelizmente ele foi tão superficial... uma pena.
Na verdade, o filme virou um romance romântico.
Bonzinho!

http://www.youtube.com/watch?v=cji7pUWhBi8

P.S.: cheguei em casa morrendo de vontade de comer macarrão. rsrsrs

sábado, outubro 2

Frase do dia



"Não tenho tempo para mais nada
Ser feliz me consome muito."
                                Clarice Lispector






Li essa frase na lanchonete da Livraria da Vila hoje.
Fiquei até mais feliz. rsrsrs