Quando eu me formei em educação física eu tinha pra mim que só trabalharia com pessoas completamente saudáveis, sem nenhum problema (físico) de saúde e que as pessoas com algum tipo de problema nunca iriam pra uma academia, iriam pra fisioterapia provavelmente.
É... isso faz mais de doze anos.
Naquela época, toda vez que aparecia alguém com alguma coisa fora do lugar, eu falava pra pessoa procurar um médico, fazer o tratamento e depois voltar pra ginástica.
Aos poucos, fui acompanhando o boom do fitness, onde a ginástica/musculação passou a ser o tal “tratamento” que eu falava para os alunos irem procurar.
Aí o bicho pegou!
Quando eu me toquei disso começou meu desespero, porque eu não tinha base alguma pra trabalhar com problemas de saúde, eu tinha me formado pra trabalhar com saúde.
Uma coisa era ficar decorando aquela baboseira de “fortalece aqui, alonga ali” nas aulas sobre patologia e outra era ter um aluno com hérnia de disco, outro com condromalácia e outro com bico de papagaio.
Por isso não durei nessa área, a minha ignorância não permitiu. Nem minha ética.
Sem falar na minha aversão desse “culto ao corpo” exagerado.
Foi por isso que iniciei minha peregrinação pelo mundo “wellness”*: comecei pelos cursos de alongamento e acabei na pós graduação em ginástica corretiva.
Mas, ainda haviam muitas perguntas sem respostas.
Nesse meio tempo apareceu a yoga e eu entrei de cabeça: achei minha praia e também mais perguntas.
Depois veio o Pilates e algumas respostas.
Com o Feldenkrais zerou tudo. Mudei completamente minha visão de movimento e descobri que eu não tinha respostas porque as perguntas eram erradas.
E esse ano apareceu esse curso de biomecânica da DOR. Vê se pode!?
Eu acho que nunca tinha pensado numa coisa dessas, estudar sobre a dor, aprender com a dor.
Literalmente aprender com a dor.
Com a minha e com a dos outros.
Essa é uma nova realidade: afinal, quem é saudável hoje em dia?
*wellness= bem estar
Lu, que texto mais inspirado! A pergunta não quer calar dentro de mim...
ResponderExcluirBeijos
Rs... sabia que agora eu estou mais tranquila com esse assunto?
ResponderExcluirAntes eu achava que eu não seria capaz de ajudar os outros sabendo tão pouco.
Mas, aí eu me dei conta que era muita petulância da minha parte pensar dessa forma.
Primeiro, porque "ajudar" não é querer curar ninguém e muito menos resolver os problemas alheios.
Acho que é simplesmente sugerir novas possibilidades de observação.
Segundo, é que gente só pode oferecer aquilo que tem e não o que acha que tem que ter.
Acho que por isso eu continuei a escrever esse blog, porque eu descobri que eu tinha mais do imaginava.
E hoje, sem muita idealização, minha experiência pessoal é a única resposta que eu busco.
Bju
Lu querida,
ResponderExcluirTô querendo fazer esse curso no ano que vem... Tenho procurado cada vez mais me focar nesse tema, não tanto como uma preocupação, mas mais como uma possibilidade tornar as nossas aulas mais ricas, e de poder ajudar os alunos. Ajudar desse jeito mesmo que você falou no comentario, assino embaixo. Mas claro que quanto mais a gente vivencia, seja na nossa prática, seja nos cursos, mais temos a oferecer, desde que tudo seja feito com o coração. Pelo visto, não estou sozinha. Que bom!!! Bjocas!
Mari, faz o curso sim e certifique-se que o professor (a) do curso realmente acredita no que tá falando.
ResponderExcluirE você não está sozinha mesmo, pode ter certeza.